segunda-feira, 21 de março de 2011

O Que é Sociologia (Carlos Benedito Martins) resenha 1° Capítulo


CAPÍTULO PRIMEIRO

O Surgimento

       Relata que a sociologia iniciou nas manifestações do pensamento moderno que era uma crítica ao pensamento feudal, e essa estava entrado em decadência, e isso mostrava uma profunda mudança da mentalidade européia. Essas revoluções mexeram profundamente no imaginário do povo europeu do século XVIII e reforçou a crise com o surgimento da revolução industrial. O surgimento da sociologia ocorreu num momento de grande expansão do capitalismo, desencadeado pela dupla revolução, a industrial e a francesa.
      O triunfo da indústria capitalista na revolução industrial desencadeou uma crescente industrialização e urbanização, o que provocou radicais modificações nas condições de existência e nas formas habituais de vida de milhões de seres humanos. Em que a máquina ia substituindo pouco a pouco o labor (trabalho) humano, e a conseqüência era um monte de homens e mulheres que ficavam sem poder produzir nada, pois seu trabalho não podia concorrer com a máquina, pois esta produzia em larga escala, enquanto o artesão precisa de mais tempo para poder produzir, e assim passando necessidade, pois não podia concorrer com a máquina.
      Estas situações sociais radicalmente novas, impostas pela sociedade capitalista, fizeram com que a sociedade passasse a se constituir em "problema".
      Na Inglaterra ocorre a transformação da atividade artesanal para manufaturada, e em seguida para fabril desencadeou um grande êxodo dos camponeses para as grandes cidades urbanas que foram engajadas não somente pelos homens, mas as mulheres e crianças. Estes se submetiam a ganhar um salário inferior ao dos homens. Essas cidades tiveram um grande crescimento demográfico que suas estruturas de moradia e saúde não tiveram como acolher esses migrantes que vinham do meio rural. Com isso, houve o aumento da prostituição, do alcoolismo, infanticídio, da criminalidade, da violência. Por causa da falta de saneamento houve a proliferação dos surtos de epidemia de tifo e cólera. Não esquecendo que com a revolução industrial surge o capitalista como uma nova classe que emergia.
      Com essas transformações surgidas na sociedade abre uma possibilidade de análise, ou seja, surgimento de um objeto a ser investigado.  A sociologia constitui em certa medida de uma resposta intelectual diante das novas situações colocada pela revolução industrial.
       Diante disso, pensadores ingleses da época procuraram extrair dessas novas situações temas para a análise e a reflexão, no objetivo de agir, tanto para manter como para reformar ou modificar radicalmente a sociedade de seu tempo.
Isto foi fundamental para a formação e a constituição de um saber sobre a sociedade.
      Outra circunstância que também influenciou e contribui para a formação da sociologia se deve às transformações ocorridas nas formas de pensamento.
     Graças às discussões metodológicas e filosóficas sobre a política com os iluministas abriu possibilidade para que o "homem comum" da sociedade européia não visse mais as instituições sociais com fenômenos sagrados e imutáveis, mas algo que é criação humana passível de transformações.
      As transformações econômicas que o ocidente europeu presenciou desde o século XVI, provocaram modificações na forma de conhecer a natureza e a cultura. A partir daí, o pensamento deixa de ter uma visão sobrenatural para a explicação dos fatos da natureza e passa a ser substituído pelo uso da razão.
      O emprego sistemático da razão representou um avanço para libertar o conhecimento do controle teológico, da tradição, da revelação e para a formulação de uma nova atitude intelectual diante dos fenômenos da natureza e da cultura. Essas novas maneiras de produzir e viver, propiciaram um visível progresso das formas de pensar e contribuíram para afastar interpretações baseadas em superstições e crenças infundadas, abrindo conseqüentemente um espaço para a constituição de um saber sobre os fenômenos histórico-sociais.
      Esta crescente racionalização da vida social não era um privilégio somente de filósofos e homens que se dedicavam ao conhecimento, mas também, do homem comum dessa época, que renunciava cada vez mais os fatos submetidos às forças sobrenaturais, passando a percebê-los como produtos da atividade humana, passíveis de serem conhecidos e transformados.
     A revolução francesa, também contribui para o surgimento da sociologia. O objetivo dessa revolução era mudar a estrutura do Estado monárquico e, ao mesmo tempo, abolir radicalmente a antiga forma de sociedade; promover profundas inovações na economia, na política, na vida cultural, etc. Além de desferir seus golpes contra a Igreja. Tais atitudes ocasionaram profundos impactos, causando espanto aos pensadores da época e à própria burguesia, já instalada no poder.
      Diante disso, esses pensadores se encarregam à tarefa de racionalizar a nova ordem e encontrar soluções para o estado de "desorganização" então existente. Mas, para estabelecer esta tarefa seria necessário, segundo eles, conhecer as leis que regem os fatos sociais e instituir uma ciência da sociedade. Assim, pensadores positivistas da época concluíram que, para restabelecer a organização e o aperfeiçoamento na sociedade, seria necessário fundar uma nova ciência.
      E com a inspiração positivista a sociologia procurou construir uma ciência não somente separada da filosofia, como também da economia e da política como base do conhecimento da realidade social. Com esse debate inicia o desejo de modificar o rumo da civilização para poder alterar o funcionamento da sociedade.
      Essa nova ciência assumia como tarefa intelectual repensar o problema da ordem social, ressaltando a importância de instituições como a autoridade, a família, a hierarquia social, destacando a sua importância teórica para o estudo da sociedade. A oficialização da sociologia foi, portanto, em larga medida, uma criação do positivismo que procurará realizar a legitimação intelectual do novo regime. 
                                                                                                                            
MARCELO



Dislley

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